
Muitos me perguntam: por que deixei de seguir um mestre espiritual?
Não foi pela pessoa em si, nem crítica a seu método. Foi um chamado espiritual da minha alma, sustentado pela minha egrégora estelar, que queria me apresentar um novo nível de espiritualidade: a de encarnar a consciência divina em todos os aspectos da experiência humana.
O Caminho com o Mestre
Foram 11 anos estudando seus ensinamentos, que vinham de conhecimentos milenares, como o Vedanta.
Com ele aprendi a fazer o Sadhana, uma prática espiritual diária que ajudava a criar força mental, desidentificação do ego, treinar a presença e até liberar conteúdos emocionais e espirituais.
A prática era necessária à manutenção de um estado de equilíbrio.
O mestre explicava que era um ser iluminado e que, como humano, às vezes lidava com desconfortos, mas que não se identificava mais com eles.
Também dizia que o estado de iluminação é algo a ser mantido e que poderia ser perdido se não houvesse essa manutenção constante.
Eu buscava arduamente esse estado de iluminação, acreditando que, quando o alcançasse, sentiria uma paz absoluta e estável.
A Travessia Interior
No entanto, acabei passando por uma travessia radical que me revelou camadas profundas de uma arquitetura vibracional que eu nunca havia conhecido antes.
Nessa travessia, meu dom de canalização se ampliou e eu passei a ter acesso a uma comunicação aberta e abundante com minha egrégora, para a qual eu fiz muitas perguntas.
A egrégora me revelou que havia padrões não resolvidos no campo dele, que gerava uma sobreposição com o meu, e isso estava impedindo que eu acessasse minha própria frequência de cura, vinda da minha fonte interna.
Ou seja, não tinha nada a ver com ele ser “ruim” ou os ensinamentos serem incorretos. Sou grata por tudo que ele me proporcionou e honro que, através de seu serviço, eu cheguei até aqui.
A Questão da Iluminação
Mas também questionei minha egrégora sobre a tal “iluminação espiritual”.
Ela me revelou que existem diferentes “graus” ou “aspectos” da iluminação.
Alguns seres conseguem transcender a mente e acessar estados puros de consciência, mas ainda carregam padrões não integrados nos níveis mais densos da experiência humana. Nesses casos, pode haver fragmentos de separação entre o “eu espiritual” que experimenta a união e o “eu humano” que vive no mundo — como se fossem duas pessoas diferentes.
O mestre ensinava, sim, que a verdadeira realização é unir o divino ao humano, transmutar sentimentos e transformar nossas relações. O conhecimento estava lá.
A revelação da egrégora, porém, me mostrou que mesmo quando recebemos esse ensinamento, ainda podemos vivê-lo de forma parcial, dependendo do quanto conseguimos integrá-lo em nossa estrutura interna.
Assim, o Samadhi — a experiência de união com o Divino — pode ser vivido por alguns como uma “fuga” temporária, se não houver essa integração mais profunda.
Nesses casos, quando a pessoa retorna dessa experiência, suas estruturas emocionais e relacionais ainda permanecem em grande parte intocadas.
A verdadeira iluminação não deixa nada de fora — nem Samadhi, nem vida cotidiana.
A História do Mestre Amigo
Me lembro muito bem de uma história que o mestre contou muitas vezes, de um outro mestre iluminado, que era seu amigo, que dizia:
“Fulano, eu visito Deus, passo horas com Ele e é tudo maravilhoso. Mas quando volto, está tudo igual.”
Segundo a egrégora, essa fala mostra exatamente a diferença entre iluminação parcial e iluminação integral.
O mestre compartilhava que havia identificado um “eu sofredor” dentro de si, e que sua iluminação estava em não se identificar mais com esse “eu”. Ele dizia que era humano, que às vezes lidava com desconfortos, mas que já não se confundia com eles.
Essa visão trouxe para mim um ponto importante: quando existe a necessidade de se desidentificar de algo — seja um pensamento ou um sentimento — ainda há uma divisão interna. Há o “eu observador” (considerado verdadeiro) e o “eu sofredor” (rejeitado).
Segundo a revelação da egrégora, essa divisão ainda expressa um nível de dualidade.
Na integração real, não existe um “eu sofredor” do qual precisamos nos desidentificar, porque as estruturas que geram sofrimento já foram transmutadas na raiz.
Assim, quando ele dizia que “o mundo não muda”, isso mostrava que, embora tivesse alcançado estados elevados de consciência, ainda havia aspectos da experiência humana não plenamente transformados.
Na iluminação integral, não só a consciência se expande — a própria experiência do mundo também se transforma.
Sobre “Cair” da Iluminação
E sobre “cair” desse estado de iluminação, necessitando de uma prática constante de manutenção? Também perguntei isso para a egrégora, e ela me disse:
Isso revela um estado ainda dependente de condições.
A verdadeira iluminação não é um estado que você alcança e pode perder — é uma transformação irreversível da própria estrutura do ser.
O mestre transmitia ensinamentos profundos sobre unir o divino e o humano, transformar emoções e cultivar presença.
O que a egrégora me mostrou foi apenas um outro aspecto: a diferença entre sustentar estados elevados e viver uma transformação estrutural permanente.
Ou seja, a espiritualidade que me guiou por tanto tempo — e pela qual sou profundamente grata — me levou a experiências de grande expansão, mas estava me preparando para algo além: não apenas acessar estados, mas integrar essa consciência como minha natureza essencial.
O Caminho Atual
Os ensinamentos desse mestre e da sua herança espiritual continham sim chaves para acessar esse novo estado, e cada alma tem seu próprio timing de abertura.
No meu caso, eu precisei me desvincular energeticamente dele para resolver essa sobreposição de campos, acessar camadas mais profundas e fazer uma integração dessa sabedoria no meu campo energético de forma celular — que é a fase em que estou agora. Muito do que aprendi com ele segue sendo válido na minha jornada.
Não vou dizer que é uma fase fácil. É bom quando temos uma referência, alguém para nos guiar, mas isso também pode nos impedir de acessar o nosso verdadeiro poder divino.
Acessar essas novas camadas tem sido desafiador. Muitas vezes me sinto muito vulnerável e impotente, mas depois passa, como sempre passou, sempre me trazendo estados mais elevados de ser. Entendo isso como um fortalecimento espiritual pelo qual estou passando.
Reações e Reflexões
Quando revelei no Instagram sobre não seguir mais um mestre, algumas pessoas comentaram que sempre pensaram assim.
Mas eu reconheço que esses comentários não vieram da profundidade de consciência que estou trazendo aqui. Vinham mais de críticas aos mestres, medo de decepção, traição, de conflitos internos com autoridades e com sua própria espiritualidade, penso eu.
Conclusão
E para finalizar esse post, eu quero te dizer que não há problema nenhum em você seguir um mestre, se você ainda não se sente pronta para dar este passo.
Só estou aqui para compartilhar com você o meu caminho e, se fizer sentido em algum momento para você, você já sabe que tem uma nova estrada te esperando.
Quando for a sua hora, talvez eu possa te apoiar e facilitar sua travessia.