A transformação interior é lenta. Será mesmo?

Se preferir, você pode ouvir esse post em forma de podcast.

Com certeza muitos terapeutas torcem o nariz toda vez que me veem dizendo que tem como acelerar a transformação interior. Mas eu preciso honrar isso, pois não é só uma crença, é uma experiência que testemunho diariamente, tanto na minha vida, como na dos meus mentorados.

Para isso eu vou te contar uma história.

Há 12 anos atrás, quando me disseram que a terapia podia me ajudar e eu saí em busca de um terapeuta com o qual eu me identificasse, eu mal sabia o que era autoconhecimento, quem dirá feridas emocionais.

Eu achava que tudo que eu sentia era imutável, que as coisas eram como eram e que não havia nada que eu pudesse fazer. Eu achava o mundo injusto e sempre me sentia impotente, achando que eu não tinha nenhum poder de mudar a minha vida.

Quando comecei o processo terapêutico, eu não encontrei só uma dor, mas um monte delas. Parecia que eu tinha acendido a luz de um quarto escuro e aquilo estava uma bagunça só.

Eu, que sou agoniada com limpeza e organização, já fiquei ansiosa pra resolver aquilo tudo dentro de mim. Eu achava que seria questão de algumas sessões.

O problema é que quanto mais eu ia pra terapia, mais eu entendia o quanto de coisa tinha pra resolver. E como eu só ia 1 x por semana, eu ficava sofrendo os outros 6 dias inteiros com meus pensamentos e sentimentos angustiantes e ficava completamente impotente, sem saber resolver, à espera da minha sessão na próxima semana.

Essa angústia acabou me impulsionando a ler muito sobre tudo que estava me acontecendo e consequentemente a experimentar tudo que eu via pela frente. Eu sempre fui ousada…

Bom, meu processo não foi uma questão de algumas sessões e estou há 12 anos nessa, sem intenção de parar.

O que descobri é que não é que o processo precisa ser lento, mas que, pra ficar bom mesmo essa morada interna, tem MUITA coisa pra resolver. Pelo menos dentro de mim…

Nessa experimentação de diversas terapias, técnicas, medicinas, imersões terapêuticas e tudo mais, eu fui percebendo que algumas coisas traziam efeito mais imediato na vida externa, enquanto outras demoravam mais. E, óbvio, fui escolhendo naturalmente aquilo que era mais acelerado, pois eu tinha uma ânsia enorme em ser feliz e em me ver livre de todas aquelas angústias.

Quando me descobri terapeuta, 6 anos depois, e trilhei nessa direção, eu não imaginava o que estava por vir. Quando a gente começa é assim: insegura, achando que aquilo que a gente oferece não tem muito valor e se perguntando “quem vai querer se tratar comigo?”.

Mas desde o início, quando atendi meus primeiros clientes voluntários, ainda na minha formação de terapeuta, os feedbacks que ouvi de uma turma de 6 pessoas após 3 meses de sessões foram muito similares e diziam assim:

“Eu já fiz anos de terapia e nunca acessei os lugares que consegui acessar com você.”

Bom, na minha jornada de cura pessoal, eu passei por poucas e boas que eu não fazia ideia do que significava. Isso aconteceu especialmente quando eu conheci a Ayahuasca, que me apresentou um mundo espiritual que eu nunca imaginei antes.

No início foi muito difícil. Eu acessei dimensões infernais mesmo, resgatando partes de mim que estavam nelas. Além de assustador, não saber o que estava acontecendo era a parte mais angustiante e isso motivou ainda mais meus estudos, que sempre me trouxeram o conhecimento necessário na hora certa.

Mal sabia eu que estava sendo forjada para ser uma guerreira espiritual. Logo eu?

Tudo foi se esclarecendo ao longo do tempo, mas foi em 2020 que algo muito surpreendente aconteceu comigo. Mas eu vou te contar essa história no próximo post.

danielle.carneiro@gmail.com