Bebês não atendidos, adultos carentes

A vida está o tempo todo chamando nossa atenção para o que acontece em nosso interior. E a forma como ela faz isso é refletindo no exterior o que há dentro de nós. Ela é nosso espelho.
O que recebemos da vida é o que temos dado a ela. E mais: a forma como a vida nos trata, é exatamente a forma como nos tratamos.
Se algo acontece e me sinto desrespeitada, basta seguir essa pista na autoinvestigação e logo vou encontrar ali o desrespeito que tenho comigo mesma.
Se um amigo não é leal, em algum lugar dentro de mim há uma deslealdade comigo.
Se o outro não me dá valor, pode ter certeza que eu não estou me valorizando. E por aí vai.
É claro que a forma como me trato reflete também a forma como trato o outro, mesmo que isso soe impossível.
Tenho escolhido criar minha filha com apego, que é uma opção onde escolhemos atender consistente e amorosamente as necessidades do bebê.
Refletindo aqui na prática dos meus momentos maternais, percebo que o bebê está aprendendo e assimilando tudo o que acontece ao seu redor.
Portanto, se eu deixo meu bebê chorando sozinho, ele aprende que não deve atender suas necessidades emocionais. Ele aprende que seu choro deve ser ignorado.
Se não dou colo ao meu bebê quando ele precisa, ensino-o que não ele não deve se acolher quando necessitar.
Se grito ou sou agressiva com meu bebê por conta de alguma atitude ou sentimento dele, ele vai aprender que o que ele faz e sente deve ser repreendido.
E assim o bebê, a criança, vai crescendo e colocando em prática tudo o que aprendeu, consolidando ao longo dos anos todos esses ensinamentos ao ponto de estarem tão cristalizados que nem sequer são notados.
E o esdrúxulo vira comum e só o que se vê são adultos tratando sua criança interior da mesma forma que foram ensinados quando crianças.
Por isso esses primeiros anos de vida da criança devem ser olhados com tanto cuidado. Aprender a se amar, se respeitar, se cuidar, se dar atenção são requisitos para pessoas felizes, realizadas, saudáveis, maduras e com inteligência emocional. Um adulto que sabe se dar tudo isso não irá esperar do outro todas essas necessidades infantis.
Sejamos fonte de amor para nós e para nossos filhos.

danielle.carneiro@gmail.com