“Decidi então começar a aceitar e assumir pra mim o real ponto de evolução em que estou.”

Há um tempo atrás observei o quanto eu me “exigia” compreender as pessoas, relevar seus comportamentos mesmo que tivessem sido ofensivos comigo. Essa exigência era baseada principalmente por eu entender o que move as atitudes das pessoas, ou seja, o que tem por trás desses comportamentos, as emoções e dores guardadas.
Acontece que eu também percebi que algumas vezes essa não era a vontade do meu eu real. Percebi que essa camada era, na verdade, uma máscara. E que várias vezes que fiz isso deixei de olhar para como eu me sentia e deixei de cuidar das minhas feridas. Além disso, esse comportamento muitas vezes patrocinou que pessoas continuassem a me tratar da forma que me machucou.
A verdade dentro de mim era de raiva,  de injustiça, de desejo de vingança, enfim, de coisas que, de certa forma, eu achava que eram feias e que não deviam ter espaço em mim e eu não podia deixá-las se expressarem.
Em algum momento tive real consciência de que isso estava me fazendo mal, mas eu já agia assim de forma automática.
Decidi então começar a aceitar e assumir pra mim o real ponto de evolução em que estou. Aceitar que quero ter atitudes altruístas, mas quando elas não forem 100% verdadeiras ou que, de alguma forma, me machucam e colocam o outro como prioridade a mim, então elas não devem ser tomadas.
Dia após dia do cotidiano, vou percebendo isso acontecer e fazendo novas escolhas. Às vezes quando percebo já agi no modo automático e contra mim, mas tomo consciência, mesmo que tardia. Noutros momentos consigo agir previamente e isso me traz uma baita satisfação, um amor por mim mesma.

danielle.carneiro@gmail.com