Devemos confiar no que o outro diz. Será mesmo?

Ontem fui atendida por uma pessoa e tivemos um diálogo. ⁣


Ela me contava que seu filho estava se formando na UnB em Farmácia. Que fazia um estágio num hospital e lidava com pacientes em estados muito críticos, que presenciava histórias de violência muito drásticas.⁣


Ela se dizia preocupada, pois ele trabalhava demais, com apenas 21 anos. Dizia que às vezes ele chegava em casa bem pra baixo por conta do que ele tinha vivenciado em seu dia. ⁣


O papo continuou e tinha muitos elementos. Mas vou parar por aqui e te perguntar: o que você nota por trás desse diálogo?⁣


Você acha que essa pessoa estava sendo autêntica?⁣


Eu, como terapeuta, acabo tendo um olhar bem detalhado. ⁣


Percebo sua autoimagem idealizada tentando mostrar como se preocupa com o filho. ⁣


Também percebo seu orgulho em mostrar os pontos de sucesso de seu filho e, consequentemente, os seus próprios. Porém, ela tentou esconder esse orgulho colocando ênfase em sua preocupação. ⁣


Provavelmente, entendeu em algum momento que alguém que “se gaba” é feio. E aí ela não se permite dizer abertamente:⁣


“Olha só: eu tenho um filho que, com apenas 21 anos, é extremamente responsável e batalha muito pra construir sua vida. Eu me sinto muito feliz e orgulhosa por isso e, especialmente, me sinto reconhecida por todo esforço que fiz em criá-lo e educá-lo.”⁣


Trouxe esse exemplo porque isso acontece o tempo todo na mente de cada um de nós.⁣
Esses condicionamentos são rígidos e possuem redes neurais programadas para conduzir seu pensamento e sua ação sempre do mesmo jeito. ⁣


Por trás desse mecanismo há o medo de ser rejeitado e assim, não ser aceito e amado, que é o maior anseio do ser humano, por mais que ele acredite que não e demonstre o contrário. ⁣


Quando você se conhece e percebe esses mecanismos em si, se torna capaz de compreender a comunicação do outro muito além do que ele diz. ⁣


Assim, pode fazer escolhas que trazem mais paz. ⁣


Você também enxerga nesse diálogo os pontos que listei? Quem sabe você enxerga mais alguma coisa? Me conte aqui nos comentários!

danielle.carneiro@gmail.com