
Nas últimas semanas eu passei por um grande renascimento.
Foi uma travessia longa, profunda, silenciosa e muito desafiadora.
Alguns sentiram que algo grande e profundo estava acontecendo aqui.
Outros sentiram a vulnerabilidade em que me encontrei e se preocuparam.
Eu também me preocupei.
Uma parte de mim sabia que aquilo era uma resposta a algo que minha alma sempre pediu:
uma libertação completa do sofrimento, dos pesos, das ilusões.
Outra parte se perdeu, quase colapsou, perdeu os eixos em alguns momentos.
Foi a fase mais importante da minha jornada espiritual, onde eu precisei me despir de tudo que trazia uma falsa segurança: amigos, mestre espiritual, pessoas que eram minhas referências… e minha forma antiga de me relacionar e me expressar: com muitas explicações, justificativas e obedecendo a comandos internos que ditavam como eu tinha que ser.
Abrir mão de tudo isso me deixou muito vulnerável, sim.
Mas eu pude ver a minha força real.
Pude ficar sem nada, nem ninguém, pra realmente enxergar — e ficar — na real presença de Deus.
Eu fiquei de cara com os meus maiores medos, especialmente os espirituais, que eu nem sabia que tinha.
Entrei em ilusões e fui tão longe que me perdi de mim.
E a dor lancinante de não se encontrar me fez voltar em humildade, coragem e reconhecimento daquilo que é real:
eu sou uma simples humana.
Você tem me visto falar aqui sobre não ser terapeuta, nem mentora, nem líder, nem mestre.
Hoje, eu só quero ser humana.
Não quero mais prometer cura.
Não quero ser referência de ninguém.
E muito menos quero carregar aquilo que é do outro — mesmo que seja sutil.
Eu abri mão de tudo, para poder enxergar quem eu realmente sou.
E agora, essa fase passou.
Ainda estou tateando e reconhecendo essa nova realidade.
Ainda estou entendendo tudo que enfrentei.
Estou começando a perceber que o poder real, o divino, vem do reconhecimento da presença.
E hoje eu estou aqui assim: onde eu só quero oferecer a minha presença.
Nenhum resultado, nenhuma promessa.
Eu só ofereço meu campo limpo.
Essa presença é força. É viva.
Ela promove uma reorganização interna em quem está diante com verdade também.
Mas o passo é do outro — não é meu.
E foi a duras penas que descobri o quanto é pesado carregar o que não é meu.
O novo ainda está nascendo.
A minha expressão ainda está se lapidando.
Aprendi a ser gentil comigo.
A reconhecer meus limites.
Me reconectei com a sabedoria do meu corpo como minha bússola mais verdadeira.
Entendi o poder da mente desgovernada e criei uma âncora que me permite voltar sempre que eu me afastar demais.
Aprendi a não absorver qualquer informação, não seguir qualquer conteúdo, não me envolver emocionalmente com o que não me faz bem.
Aprendi a devolver as projeções dos outros pra eles, me permitindo ser só a Dani.
Hoje eu me sinto mais livre, mais inteira, mais real.
E meu compromisso comigo mesma é de ser mais inteira e mais real a cada dia.
Porque isso é o mais sagrado.
🌿
Se algo desse texto tocou você, pode me escrever.
Ou pode apenas silenciar comigo.
Ambas as formas são bem-vindas.