O relacionamento com o feminino

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Há um tempo atrás levei uma amiga numa sessão de daime e dei espaço pra que ela vivesse o processo dela sem interferir. Quando vi que ela já estava mais conectada ao externo, fiz uma pergunta: “você está bem?”

Após o término da sessão, no lanche, ela me disse que a incomodou muito eu querer cuidar dela.

Me lembrei dessa história e resolvi partilhar uma parte desse aspecto na minha caminhada. Em um momento eu tive oportunidade de encontrar esse mesmo incômodo em mim.

Eu tenho uma amiga que tem um grande carinho por mim. E ela demonstrava muito, sempre querendo saber como eu estava, sempre querendo me cuidar e sempre me dizendo que me amava.

Apesar de gostar muito dela, essa atenção dela comigo me incomodava demais!
Resolvi olhar com atenção. Percebi que essa situação se repetia de forma mais sutil em outros relacionamentos com femininos. Quando tive realmente coragem, pude ver claramente como eu NUNCA deixava minha MÃE cuidar de mim. Levei um soco no estômago. Apesar da gente se relacionar bem, pude ver que havia uma barreira de gelo entre nós. E que eu frustrava todas as tentativas dela de me dar amparo

Teve uma situação que ficou super clara: em 2016 quando tive um aborto espontâneo da minha primeira gravidez. Ela quis ficar comigo, ela quis pegar folga no trabalho e eu dizia insistentemente que não precisava. E não deixei.

Foi bem nesse processo que levei pra terapia essa percepção e pude encontrar um mundo de informações a esse respeito.

Vivi uma regressão onde fui para quando estava no útero da minha mãe. E sabe se lá como, houve um fato que eu senti e gerei uma conclusão, de que eu precisava do cuidado dela, mas não podia confiar nela. Isso gerou uma dor profunda, e a estratégia do meu ego foi colocar uma camada de indiferença para que eu não sentisse essa dor. Só que nesse caso eu tb não sentia o amor.

Quando assimilei toda essa experiência,  coloquei as emoções pra fora, compreendi tudo, ao final da sessão meu sentimento por ela estava transformado.

Como eu tive aborto retido, estava marcado um procedimento para retirada do feto que ficou no meu útero. Eu precisaria ficar internada 1 dia no hospital.

No caminho pra casa, percebi o quanto era delicado pra mim viver esse procedimento e quis genuinamente com todo meu coração que minha mãe estivesse lá comigo. 

Eu pedi. Ela atendeu. E esse foi um recomeço da nossa história.

Foto do perfil de daniellecarneiro
Danielle Carneiro

Psicoterapeuta Holística / Educadora Emocional

danielle.carneiro@gmail.com