Outro dia eu estava conversando com uma amiga e ela me explicava em detalhes todas as atribuições que ela tinha durante o dia para justificar que não havia tempo disponível para estudar autoconhecimento (leia-se: investir no seu emocional).
Segundo ela, todas as horas do seu dia estavam comprometidas e chegava em casa tarde e cansada.
Eu ouvi e até concordei com ela.
No entanto, eu comecei a explicar para ela como e em que horas eu mesma estudo autoconhecimento, já que minha agenda também é abarrotada:
- escuto aulas quando estou na academia, quando lavo louça ou arrumo a casa;
- escuto vídeos ou aulas quando estou dirigindo para o trabalho;
- leio algumas páginas de livro antes de dormir;
- faço terapias nos meus horários de almoço.
E por aí vai.
É o ideal? Não. Melhor seria se eu pudesse me dedicar 100%. Mas o fato é: quando queremos qualquer coisa, damos um jeito.
Há tempo para navegar nas redes sociais sem objetivo? Há tempo para “jogar conversa fora”? Há tempo para bate-papos no Whatsapp?
Esses são exemplos de como às vezes jogamos tempo fora e insistimos em nos dizer que não temos tempo para cuidar de nós mesmos.
Eu não estou aqui para julgar ninguém por isso. Cada um faz suas escolhas. Mas eu já estive nesse lugar e para mim foi muito importante perceber que EU NÃO QUERIA me cuidar. Fiquei um pouco chocada ao constatar que eu não me importava comigo o suficiente, que eu não me priorizava.
A resistência é uma coisa sorrateira.
Talvez a minha amiga estivesse ali com exigências de que precisava se sentar com calma, descansada, com um caderno na mão e caneta para fazer as anotações, que conseguisse encaixar uma rotina diária de estudos, entre outras coisas. Eu já fiz isso.
Mas a grande verdade é que a gente precisa fazer do jeito que dá. O momento ideal, as condições perfeitas podem nunca acontecer.
Quando eu me percebi procrastinando o que era importante para mim com esse nível de perfeccionismo, decidi não dar mais ouvidos para essa tirana dentro de mim e aceitei que “feito é melhor que perfeito”.
Eu falo pros meus alunos: “Assistam à aula do jeito que der. Se não entendeu tudo, não tem problema, vai seguindo. Isso, por si só, vai ajudar a reconhecer e vencer a resistência e depois eles podem assistir às aulas novamente e já estarão com outra consciência, podendo absorver mais.”
Antes de praticar autoconhecimento, eu jamais imaginaria que havia partes dentro de mim que não gostavam de mim mesma, que não se importavam e que chegavam até a querer o meu pior.
Por mais que tenha sido assustador descobrir isso, eu ganhei armas e pude ser capaz de vencer essa resistência tão ferrenha.
Sem conhecimento dela, somos presas fáceis. Ela nos conhece intimamente, sabe nos parar. Truques mentais, desconfortos físicos, sintomas corporais, sono, preguiça, confusão mental… tudo isso é utilizado para que a gente não siga adiante no compromisso de expandir a consciência.
Se o amor próprio é pré-requisito para ser amado pelo outro verdadeiramente, então fica claro que todo investimento de autocuidado emocional é o mais valioso que tem.
Concorda? A quantas anda o seu investimento na saúde emocional por aí?
A sempre transparente e direta,
Dani.