Ontem eu estava refletindo sobre a vida, nossos problemas, nossas decisões, nossas dificuldades e mirei num ponto de vista em comum.
Tudo que nos paralisa está ligado ao medo de sentir.
Sentir o que? Rejeição, abandono, humilhação, medo e tantos outros sentimentos.
Confesso que, mesmo estando há anos no caminho, só agora estou olhando pra isso de forma tão prática.
Tenho contado nos posts como estou trabalhando uma questão profunda em mim e ontem senti medo novamente.
Na hora, o medo criou uma agitação dentro de mim (que hoje pra mim é bem fácil de perceber, mas antes do autoconhecimento não era).
Pude olhar em estado de observação para o impulso de controlar para que as coisas saíssem de um determinado jeito.
Perguntei: porque as coisas precisam ser desse jeito?
E logo minha consciência respondeu: para que eu não sinta a dor que está sendo tocada com essa situação.
Graças a todo o meu conhecimento a respeito dos padrões emocionais, me permiti não fazer nada que meu ego queria e só me mantive ali, presente com o medo.
Não fugi. Deixei ele ficar e senti. Observei o desconforto físico que ele estava gerando. Respirei. Aceitei. Não lutei.
Pouco tempo depois, me peguei dançando uma música que tocou e me surpreendi ao ver que o medo já não estava mais presente.
Me aquietei e deixei as coisas fluírem, só observando. Logo vieram novas emoções, novos entendimentos, novas percepções.
Foi tão bacana observar a vida passando por mim dessa forma. Acho que foi a primeira vez que vi desse jeito: observar a impermanência dentro de uma confiança no fluxo da vida.
Vi como não precisamos mesmo nos apegar a nada, pois está tudo mudando constantemente.
Só o que a gente precisa é se entregar, não fugir de sentir. Pois a verdade, é que não estamos no controle de nada.