Todas as vezes em que eu fui traída, conhecendo ou não a mulher que estava envolvida, eu sentia raiva delas.
Eu ficava indignada por elas “fazerem isso comigo”.
Tive vários episódios assim, porém, é uma confusão de sentimentos tão grande que muitas vezes ignorei esse sentimento em relação ao feminino.
Até que certo dia, ficou nítido para mim do quanto esse sentimento se repetia.
Levei para terapia.
Lá eu tive uma regressão intrauterina.
Pude reviver um momento onde eu, feto, senti uma dor em relação à minha mãe e concluí que não podia confiar nela.
Ódio – fechamento – indiferença.
Todos esses sentimentos eu encontrei ali, rodeando e protegendo a dor do desamparo que eu senti em relação à minha mãe.
Pude ver que a conclusão representou apenas um pensamento que eu congelei. E que ao ver a cena de forma mais ampla, essa conclusão era errônea.
Compreendi que todas as vezes que fui traída, me senti desamparada pelo feminino.
Sentia competição, superioridade, indiferença.
Nesse lugar, eu sou o outro e as histórias são as mesmas.
Autorresponsabilidade. Entendi que eu mesma atraí aquela situação pois eu emanava essa informação de que “não podia confiar no feminino”.
E que a dor do desamparo que havia junto trouxe esses episódios de forma repetida para minha vida.
Também pude relembrar histórias da minha vida onde eu estava no lugar delas: era eu quem desamparava o feminino traído.
Senti a dor. Limpei. Curei.
A consciência cura. Agora posso escolher diferente.