Fui traída -lição 4-

Todas as vezes em que eu fui traída, conhecendo ou não a mulher que estava envolvida, eu sentia raiva delas. ⁣

Eu ficava indignada por elas “fazerem isso comigo”. ⁣

Tive vários episódios assim, porém, é uma confusão de sentimentos tão grande que muitas vezes ignorei esse sentimento em relação ao feminino.⁣

Até que certo dia, ficou nítido para mim do quanto esse sentimento se repetia. ⁣

Levei para terapia. ⁣

Lá eu tive uma regressão intrauterina. ⁣

Pude reviver um momento onde eu, feto, senti uma dor em relação à minha mãe e concluí que não podia confiar nela. ⁣

Ódio – fechamento – indiferença.⁣

Todos esses sentimentos eu encontrei ali, rodeando e protegendo a dor do desamparo que eu senti em relação à minha mãe. ⁣

Pude ver que a conclusão representou apenas um pensamento que eu congelei. E que ao ver a cena de forma mais ampla, essa conclusão era errônea. ⁣

Compreendi que todas as vezes que fui traída, me senti desamparada pelo feminino. ⁣

Sentia competição, superioridade, indiferença. ⁣

Nesse lugar, eu sou o outro e as histórias são as mesmas. ⁣

Autorresponsabilidade. Entendi que eu mesma atraí aquela situação pois eu emanava essa informação de que “não podia confiar no feminino”. ⁣

E que a dor do desamparo que havia junto trouxe esses episódios de forma repetida para minha vida. ⁣

Também pude relembrar histórias da minha vida onde eu estava no lugar delas: era eu quem desamparava o feminino traído.⁣

Senti a dor. Limpei. Curei. ⁣

A consciência cura. Agora posso escolher diferente.⁣

danielle.carneiro@gmail.com